Treasure, just to look upon it
No dia seguinte de manhã
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- Anda rápido Sofia!! Vais chegar atrasada à aula de Natação! – Chamou Carla com as coisas preparadas à porta.
Joana arrasta-se para o seu quarto e fecha a porta. Coitada da Sofia. – pensa ela. Joana bem sabe como é doloroso ser-se fã daquela maneira tão apaixonante. Já sentiu na pele tal coisa e sabe muito bem o que era mau quando as pessoas a criticavam e chamam-na paranóica. Inclusivé o seu grupo de amigos que naquela altura estava interessado noutro género de música. Mas no fundo não percebem o que é amor à música e muito menos amor aos U2.
Joana toma um duche e veste uma roupa prática e fresca. Os meteriologistas previam um dia com temperaturas elevadas. Perfeito para um passeio pelo parque. Mas antes disso Joana queria tratar dum assunto. Decidiu preparar uma surpresa a Sofia.
Dirijiu-se ao quarto da irmã e foi directa ao guarda-fatos. Abriu-o e descolou com cuidado o poster que Sofia guardava com tanto carinho. Joana pretendia encaixilhá-lo para Sofia o poder ter pendurado na parede. Era uma verdadeira prova de amor à irmã e aos U2 também. Saíu do quarto deixando tudo exactamente como estava com o grande poster enrolado debaixo do braço.
Poster de Sofia Aquela era a imagem preferida de Sofia. Pretencia de facto à primeira secção fotográfica que U2 tinha realizado quando eles ainda eram meros aprendizes de música. Caras de inocentes e completamente ignorantes no que diz respeito ao mundo da música mas com uma enorme vontade de extasiar o mundo, e isso fez-se notar uns anos mais tarde.
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***
***
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O dia estava mesmo quente para aquela hora tão cedo. Quem devia estar realmente bem era Sofia, a chapinhar na piscina. Joana saiu de casa e fora obrigada a colocar os óculos de sol para poder percorrer as ruas do grande Porto à vontade. Àquela hora da manhã estava aquele calor, Joana nem queria imaginar a parte da tarde!
Joana, Carla e Sofia mudaram-se para a cidade do Porto muito recentemente. Tinham morado até à data em Vila Nova de Gaia, que fica nos arredores da grande cidade do norte de Portugal. Carla tinha conseguido um novo trabalho e assim facilitava-lhe muito mais a deslocação para o emprego todos os dias. Sendo assim, Joana mal conhecia aqueles sítios. Sabia ir para a escola e para casa de alguns familiares e amigos, mas por vezes a deslocação por aquelas ruelas, avenidas e cruzamentos revelava-se um tanto difícil para ela.
- Para se encaixilhar esta coisa é preciso ir a uma loja de molduras, julgo eu! – pensou para si mesma atravessando a passadeira – Ora, onde fica isso?
Caminhou durante um quarto de hora. Tentando lembrar-se para onde tinha de ir. Andou sempre sem nenhum destino. Olhou em sua volta e começou a ficar um pouco assustada. Não fazia a menor ideia de onde estava. Parou. Olhou mais uma vez à sua volta. Decide virar na viela à direita. Sem saída. Continou seguindo caminho tentando avistar alguma pessoa por perto. Não estava com vontade nenhuma em bater à porta de alguém. Ainda para mais aquele bairro tinha muito mau aspecto. Decide voltar para trás.
Bom, ali estava Joana. No meio do desconhecido. As escolhas por onde podia ir eram muitas. Vielas, becos sem saída e ruas suspeitas era o que não faltava ali.
- Ora bolas! – Exclamou Joana. – Como é que eu vim cá parar?
Um vulto avista-se ao fundo do largo onde Joana se encontrava. Vinha na direcção dela. O ritmo do seu coração aumentou quando o homem se dirigia a ela. Aproximou-se mais e sorriu nervosa.
O senhor aparentava ter por volta de 65 ou 70 anos. Cabelos completamente brancos e o passar dos anos contavam-se nos seus olhos e pele facial. Olhar humilde e sorridente fez Joana suspirar de alívio.
- Boa tarde senhor. Gostaria de saber para onde me tenho que dirigir para poder encontrar uma loja de molduras. Sabe indicar-me? – pediu Joana educadamente.
- Menina, não tenho conhecimento de nada aqui perto. Mas, sei de um sítio que a pode ajudar a encontrar o que procura. – começou o homem.
Parou diante de Joana. Muito perto para a rapariga conseguir reparar no azul intenso dos seus olhos. Faziam-lhe lembrar o oceano, imenso num tom apenas. Mas algo de familiar naquele velho inquietava Joana. Equanto ele lhe indicava o caminho, para ela, fazia-lhe recordar alguém, ou algo... Um certo atrevimento cintilava no seu olhar a cada momento que encontrava os olhos de Joana. Parecia não estar propiamente concentrado na conversa mas sim no contacto visual. Não era nem um tanto desconfortável para ela. Agradava-lhe imenso.
- Hum... obrigada. – Agradeceu Joana. Estava a suar e a voz saiu-lhe quase como um sussurro. – Penso que agora já sei para onde me dirigir.
O homem sorri. Parecia estranhamente ausente. Não olhava directamente para ela agora. Seus olhos concentravam-se no nada e seu sorriso era apenas um esgar. Joana aparvalhada esperava qualquer resposta dele. Não queria desaparecer apenas sem uma simples resposta.
- Sem me querer intrometer nos seus assuntos, menina... – Disse-lhe o senhor. – Para que é que precisa da loja das molduras?
- Hã... Eu queria emoldurar isto. – respondeu a rapariga desenrolando o poster diante do desconhecido.
O homem esboça um sorriso e pega no poster de Joana com cuidado. Sentiu a textura do papel em seus dedos enrugados mas sensíveis ao toque.
- É um bom papel. Merece mesmo ser emoldurado, está em óptimo estado. Aposto que ficaria muito bem na parede do seu quarto. – Falou ele mostrando o sorriso mais malicioso e provocante que Joana alguma vez viu ao perto.
A moça corou.
- Não senhor, é para oferecer à minha irmã. – respondeu ela o mais natural possível.
- Eu posso dar um trato nisto. – disse-lhe ele.
- Como assim? – pergunta ela sem perceber.
- Eu acho que consigo fazer o que a menina deseja pelas minhas próprias mãos. – Responde o velho observando atentamente a imagem do grupo.
Ficou ausente uma vez mais. Joana olhava para a expressão dele. Os seus olhos azuis brilhavam enquanto miravam a imagem de Edge, Larry, Adam e Bono sorrindo para a imagem. Não propriamente a sorrir expressamente, mas sim a sorrir vitoriosos com aquele enorme feito que era a primeira secção fotográfica. Por detrás da foto a preto e branco, Joana jura conseguir ver o brilho de satisfação no olhar deles os quatro. Exactamente, da forma como aquele sujeito parecia determinado a captar toda a emoção daquele poster antigo.
O dia estava mesmo quente para aquela hora tão cedo. Quem devia estar realmente bem era Sofia, a chapinhar na piscina. Joana saiu de casa e fora obrigada a colocar os óculos de sol para poder percorrer as ruas do grande Porto à vontade. Àquela hora da manhã estava aquele calor, Joana nem queria imaginar a parte da tarde!
Joana, Carla e Sofia mudaram-se para a cidade do Porto muito recentemente. Tinham morado até à data em Vila Nova de Gaia, que fica nos arredores da grande cidade do norte de Portugal. Carla tinha conseguido um novo trabalho e assim facilitava-lhe muito mais a deslocação para o emprego todos os dias. Sendo assim, Joana mal conhecia aqueles sítios. Sabia ir para a escola e para casa de alguns familiares e amigos, mas por vezes a deslocação por aquelas ruelas, avenidas e cruzamentos revelava-se um tanto difícil para ela.
- Para se encaixilhar esta coisa é preciso ir a uma loja de molduras, julgo eu! – pensou para si mesma atravessando a passadeira – Ora, onde fica isso?
Caminhou durante um quarto de hora. Tentando lembrar-se para onde tinha de ir. Andou sempre sem nenhum destino. Olhou em sua volta e começou a ficar um pouco assustada. Não fazia a menor ideia de onde estava. Parou. Olhou mais uma vez à sua volta. Decide virar na viela à direita. Sem saída. Continou seguindo caminho tentando avistar alguma pessoa por perto. Não estava com vontade nenhuma em bater à porta de alguém. Ainda para mais aquele bairro tinha muito mau aspecto. Decide voltar para trás.
Bom, ali estava Joana. No meio do desconhecido. As escolhas por onde podia ir eram muitas. Vielas, becos sem saída e ruas suspeitas era o que não faltava ali.
- Ora bolas! – Exclamou Joana. – Como é que eu vim cá parar?
Um vulto avista-se ao fundo do largo onde Joana se encontrava. Vinha na direcção dela. O ritmo do seu coração aumentou quando o homem se dirigia a ela. Aproximou-se mais e sorriu nervosa.
O senhor aparentava ter por volta de 65 ou 70 anos. Cabelos completamente brancos e o passar dos anos contavam-se nos seus olhos e pele facial. Olhar humilde e sorridente fez Joana suspirar de alívio.
- Boa tarde senhor. Gostaria de saber para onde me tenho que dirigir para poder encontrar uma loja de molduras. Sabe indicar-me? – pediu Joana educadamente.
- Menina, não tenho conhecimento de nada aqui perto. Mas, sei de um sítio que a pode ajudar a encontrar o que procura. – começou o homem.
Parou diante de Joana. Muito perto para a rapariga conseguir reparar no azul intenso dos seus olhos. Faziam-lhe lembrar o oceano, imenso num tom apenas. Mas algo de familiar naquele velho inquietava Joana. Equanto ele lhe indicava o caminho, para ela, fazia-lhe recordar alguém, ou algo... Um certo atrevimento cintilava no seu olhar a cada momento que encontrava os olhos de Joana. Parecia não estar propiamente concentrado na conversa mas sim no contacto visual. Não era nem um tanto desconfortável para ela. Agradava-lhe imenso.
- Hum... obrigada. – Agradeceu Joana. Estava a suar e a voz saiu-lhe quase como um sussurro. – Penso que agora já sei para onde me dirigir.
O homem sorri. Parecia estranhamente ausente. Não olhava directamente para ela agora. Seus olhos concentravam-se no nada e seu sorriso era apenas um esgar. Joana aparvalhada esperava qualquer resposta dele. Não queria desaparecer apenas sem uma simples resposta.
- Sem me querer intrometer nos seus assuntos, menina... – Disse-lhe o senhor. – Para que é que precisa da loja das molduras?
- Hã... Eu queria emoldurar isto. – respondeu a rapariga desenrolando o poster diante do desconhecido.
O homem esboça um sorriso e pega no poster de Joana com cuidado. Sentiu a textura do papel em seus dedos enrugados mas sensíveis ao toque.
- É um bom papel. Merece mesmo ser emoldurado, está em óptimo estado. Aposto que ficaria muito bem na parede do seu quarto. – Falou ele mostrando o sorriso mais malicioso e provocante que Joana alguma vez viu ao perto.
A moça corou.
- Não senhor, é para oferecer à minha irmã. – respondeu ela o mais natural possível.
- Eu posso dar um trato nisto. – disse-lhe ele.
- Como assim? – pergunta ela sem perceber.
- Eu acho que consigo fazer o que a menina deseja pelas minhas próprias mãos. – Responde o velho observando atentamente a imagem do grupo.
Ficou ausente uma vez mais. Joana olhava para a expressão dele. Os seus olhos azuis brilhavam enquanto miravam a imagem de Edge, Larry, Adam e Bono sorrindo para a imagem. Não propriamente a sorrir expressamente, mas sim a sorrir vitoriosos com aquele enorme feito que era a primeira secção fotográfica. Por detrás da foto a preto e branco, Joana jura conseguir ver o brilho de satisfação no olhar deles os quatro. Exactamente, da forma como aquele sujeito parecia determinado a captar toda a emoção daquele poster antigo.
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*Primeiro novo visual do blog*
Mil obrigadas à Carol e à Christiane! Vocês são do melhor, gente!!
4 comentários:
Credo : D
Até já tou ansiosa pelo próximo capitulo ^^
Ai jasus, keep going com isto !
como diriam os reformados: "força nas caneeeetaaas!"
Ju, como se não soubesses a continuaçao, né? (hehe)
Obrigada pelo coment querida! Beijos pra ti, more! *.*
Já agora... esqueci-me de uma coisa... não comentei o novo visual do blog, como é? Gostam??
;)
Num pequeno aparte, adorei o novo template, muito bonito, sim senhor! Ora o capítulo está muito bem redigido e deixou-me ansioso (quando li, não agora) para o próximo capítulo. Pois gente, aí vem mais surpresas! Credo já sei quais são HA-HA
Joanne escreves muito bem, apesar de alguns erros ortográficos, mas nada de importante e que não se consiga perceber. Uma escrita simples, clara, explícita, ideal e acessível para todos. Uma boa história e uma boa autora.
Parabéns e um beijo!
Obrigadinha Flávio!
Mas eu já corrigi os eventuais erros ortográficos, não tens razão de queixa!!(na brinca! Mas já os corrigi mesmo!!):D
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Bjos pra todos e continuem a ler!!!
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