terça-feira, 31 de julho de 2007

Capítulo 8

Capítulo 8 – Never in company. Never alone

Elsa Queirós saiu do consultório por volta das quatro e meia. Tinha o resto do dia livre mas decidiu ficar mais um pouco numa tentativa de amenizar as coisas. Percorreu os corredores agitados do departamento das urgências em direcção à pequena sala onde deixou aquele estranho homem sozinho. Sentia-se ansiosa e não sabia o que fazer com ele. Estivera sozinha com Carla apenas alguns minutos, mas foi o suficiente para perceber o seu estado de nervosismo e ignorância no meio de toda aquela história. Não sobrou tempo para lhe falar do sujeito desconhecido que se encontrava com a filha desaparecida, mas tencionava apresentá-los. Elsa sabia que era um caso delicado, por isso fez questão de controlar tudo à sua maneira. Por uns breves momentos pensou estar no local errado a exercer a profissão errada… talvez se saísse melhor num tribunal qualquer a decidir à toa o futuro dos outros. Juíza? Que anedota! Mas sim, o espírito de liderança era um dos seus fortes. Agora tinha de pensar em alguma coisa rapidamente!
Agarrou firmemente a maçaneta e rodou-a. Ficou imediatamente desapontada quando viu a sala vazia. Sentiu-se uma idiota por ter pensado que ele esperaria ali por ela. Passou a mão pela cara e riu-se. Já devia ter percebido que não seria nada fácil.

***
O velho segurou com força o papel em suas mãos enquanto percorria os corredores do 3º piso. Caminhava sem saber para onde se dirigia. As únicas coisas que lhe restavam eram um punhado de má sorte e a ficha de identificação de Joana. Pensou que o facto de a ter roubado dos arquivos do hospital seria mais um motivo para problemas, e se calhar se estivesse ficado quietinho à espera de ordens não o colocaria numa situação pior da que já estava. Mas o que estava a fazer? Percorrer os caminhos do hospital à procura de uma paciente não era das coisas mais sensatas que podia fazer por ele… e por ela. A sua presença com certeza não iria mudar nada. Além de estar a ir contra as regras. Mas se isso o pudesse levar até Joana simplesmente, já compensava por tudo. Já nada poderia piorar a sua situação nesta história infeliz, por isso foi em frente.

***
Sofia devorou o último pedaço do seu oitavo Kit Kat daquela tarde. Era isso que fazia quando estava nervosa, comia chocolates! Também não tinha ideia da quantidade de cafés e garrafas de água que bebera. As moedas já se tinham esgotado, só lhe restava agora conter-se e esperar mais uns minutos por notícias. Carla encontrava-se a falar com o médico responsável por Joana, por isso estavam dentro no consultório há uma eternidade… Só desejava sair a correr procurar a irmã e assegurar-se de que estava bem. Enquanto amarfanhava impacientemente o plástico olhava em volta e esperava alguma resposta. Tinha consciência que naquele momento tão precoce ninguém a tinha. E tudo isso não era apenas por causa de Joana. A imagem daquele sujeito também não lhe saía da cabeça. Como era possível fazer-lhe lembrar tanto uma pessoa? E ele teria alguma coisa a ver com o caso de Joana? Sofia abriu um aglomerado de questões na sua cabeça que só um pequeno passeio poderia aliviar toda a tensão. Levanta-se e atira o plástico para dentro de um caixote do lixo junto às escadas. Parou e olhou em redor. As pessoas estavam demasiado atarantadas para repararem nela… O balcão da recepção estava vazio. Voltou a dar uma olhada para o cimo das escadas. Pensou que se fosse dar uma espreitadela lá em cima não faria mal nenhum… Passou por trás de uma planta que estava ao lado dos degraus e num arranco subiu-os a correr.

***
- Para onde vamos?
- Para onde vais tu?
- Não tenho nenhum destino em especial, e tu?
- Eu não sei onde estou…
Eve voltou a olhá-la com o seu olhar fogoso. Ergueu o sobrolho e apontou para o seu casaco que balançava para trás e para a frente nos ombros de Joana.
- Sabes uma coisa, isso está a fazer-me muita falta neste momento, vê se o vestes imediatamente senão arrependo-me de tudo o que fiz por ti esta manhã!
Joana obedeceu.
Ambas caminharam lado a lado durante pelo menos dez minutos sem trocarem nenhuma palavra. O Sol tentava dar sinais de vida por entre as nuvens cinzentas e ameaçadoras mas estas pareciam mais determinadas a manter o dia fechado. Joana seguia Eve pelos sítios onde passavam tentando lembrar-se de algo, mas não conseguia familiarizar-se com nada de Dublin. O nome não lhe dizia nada e nem a própria língua lhe inspirava confiança. Em alguns cantos já se avistavam pessoas e o comércio da zona despertava para um novo dia de trabalho. Joana não sabia o que pensar acerca de tudo aquilo, porque também parecia a primeira vez que raciocinava na vida. Sentia que algo de importante lhe falhava…
Ouviu Evelyn a cantarolar algo enquanto caminhava uns passos à sua frente. O seu corpo era esguio e devia ser pelo menos uns 15 centímetros mais alta que Joana. Os caracóis loiros oscilavam de um lado para o outro ao ritmo das passadas largas. Joana quase como por instinto passou a mão pelo seu cabelo. Era liso, completamente liso e caía-lhe pelos ombros descendo até meio das costas. Era igualmente loiro mas com leves madeixas mais escuras e não tão reluzente como o de Eve.
As pessoas atiravam alguns olhares indiscretos às duas raparigas que percorriam agilmente pelo meio de um jovem dia, ainda um pouco retardado. Joana não sentia isso. Ela é que estava retardada no meio de tudo aquilo. Eve parecia não se incomodar com nada e agia como se não estivesse acompanhada. Joana perguntou-se se Evelyn sabia que ela a seguia ou se estava verdadeiramente ciente de si. Olhou em frente e encontrou a resposta. Ela é que não sabia nada de nada!
***
Os rapazes entraram silenciosamente no armazém encoberto e adormecido, exactamente como o tinham deixado na noite passada. Adam entrou depois de todos os outros e fechou o portão. Pendurou as chaves num chaveiro de latão e seguiu-os até ao ponto de referência daquele local. A decoração do sítio era escassa e pouco sintonizada. Havia um velho e corroído sofá acompanhado por uma poltrona de couro e uma mesa desdobrável de plástico no centro, onde todos se reuniam à sua volta. Naquela época recreativa também não podia faltar um gira-discos, muito gasto mas aproveitável. Pouco mais existia ali além disso. Junto ao sofá encontravam-se duas guitarras eléctricas e uma baixo, alguns amplificadores caseiros e um kit de bateria havia sido empurrado para o canto do espaço, e ali jazia ele sumptuoso, brilhante – mudo. Aquela era a pouca área “viva” do antigo armazém de têxteis de Dublin. Pouca luz conseguia ultrapassar os vidros espessos e sujos dos respiradouros situados no alto das suas cabeças. E a pálida manhã só entrava, ainda dificilmente, pela placa transparente que cobria o edifício abandonado. Bom, não tão transparente como se pensa do lado de fora.
Paul pousou os sacos das compras e procurou algo dentro deles. Contornou a mesa e sentou-se na berma do cadeirão, abrindo uma lata de refrigerante.
- Porque é que insistes trazer o teu pequeno-almoço contigo em vez de o tomares em casa? – Pergunta Dave pegando na sua guitarra habitual.
Paul não respondeu. Levou a lata à boca e sentiu o sabor adocicado daquela bebida levemente gasificada.
Larry arrastou a bateria para o meio de modo a que todos se pudessem colocar nos seus lugares à frente dela. Adam deu uma mãozinha de ajuda e de seguida ligou o seu baixo ao amplificador.
- Porque tenho demasiada pressa ao sair de casa. – Disse Paul por fim.
- Depois temos de esperar por ti… vai dar ao mesmo! – Larry procurou as suas baquetas pelo meio de uma autêntica bola de fios eléctricos.
Dave dava uns retoques necessários na afinação da sua guitarra. Sabia que cinco minutos mais tarde precisaria de repetir o processo novamente, mas quanto a isso não se podia fazer nada. Larry andava às voltas com as suas baquetas que se estavam a fazer de tímidas desta vez e Adam tentava entender-se com o amplificador, mas por vezes era difícil acertar contas com um aparelho tão primitivo como aquele. Mas todos amanhavam-se com o que tinham, tal como Paul amanhava-se com a sua primeira refeição do dia.
- Salta daí, senhor conde! – Exclamou Adam batendo nas costas do amigo. – Estamos à tua espera, Bono Vox!
Paul olhou para cima e vislumbrou a cara sorridente de Adam.
- Pessoal, não encontro as minhas baquetas!
***
- Bom, estás satisfeita agora, Ivone?
- Não.
António e Ivone abandonavam agora o edifício e regressavam a sua casa. António ainda se encontrava incomodado com o que acabara de fazer. Mas pior que isso seria mesmo contrariar Ivone.
As ruas do Porto estavam um pouco agitadas. O trânsito completamente parado nos sítios mais problemáticos no que toca a movimento. Era esse o ambiente natural da cidade. Comércio, trânsito e pessoas, muitas pessoas.
- Já viste tudo o que tinhas para ver! Não há nada de suspeito na casa. – António tentava parar a paranóia da sua esposa.
- Sabes que há. Estiveste lá como eu e viste o que eu vi. Sabes muito bem que aquela casa é tudo mesmo normal.
- E o que tens a ver com isso? O que vais fazer?
- Não vou fazer mais que a minha obrigação… sabes como eu sou!
***
O chão do corredor era branco e lustroso e estava completamente livre para Sofia poder avançar sem medo. Era fim de tarde mas o sol ainda iluminava tudo claramente pelas extensas vidraças viradas para a auto-estrada. O hospital era inteiramente um caos num edifício só, pensava Sofia até ao momento em que entrou naquele patamar. Estava deserto e meticulosamente arrumado e desinfectado. Podia-se sentir o cheiro a limpeza. Achou no mínimo estranho não haver nada nem ninguém por aqueles sítios. As portas apresentavam todas um pequeno vidro no alto no qual se podia espreitar para o seu interior. Sofia fazia questão de o fazer. Em cada espaço atrás das portas havia pouca coisa para ver. Tudo era limpo e igualmente arrumado. E nada mais além de uma cama e alguns aparelhos electrónicos que se ligavam directamente aos doentes. Sofia apercebeu-se da terrível situação e quase chorava só de pensar em Joana. Decerto que não estaria no sítio certo. Estava prestes a dar meia volta e ir embora quando pressente algo a trás de si. É o barulho de uma porta! Sem pensar duas vezes corre até ao fim do corredor e vira à sua esquerda antes que alguém a descobrisse. Rezou para que quem quer que fosse não a visse ali. Fechou os olhos com força e encostou-se o mais que pôde à parede. Cravou as unhas na carne das palmas das mãos e esperou. Tudo ficou silencioso como dantes. Abriu novamente os olhos.
- Olá!
O coração da rapariga quase saiu disparado do seu peito. Sofia deu um pulo quando viu um homem a sorrir-lhe com todos os dentes da sua boca. Foi o que vira à um tempo atrás no consultório da doutora Elsa. Sorriu envergonhada e nervosa e colocou as mãos atrás das costas como se escondesse algo.
- Olá! – Respondeu ela no mesmo tom de voz. Nunca ficara tão embaraçada na presença de alguém. Talvez fosse do susto que apanhara. Sorria, mas tremia por todos os lados, como se estivesse na presença de alguém superior.
- Tudo bem? – perguntou ele. – O que fazes aqui?
- Sim… - Não! A outra pergunta, estúpida! - Quer dizer… eu acho que estou… perdida e… hum…
- Andas à procura da tua irmã?
- Ya! – Hei! Pára com os trimeliques, miúda! Ele sabe de tudo! – Mas como é que…
O senhor de cabelos grisalhos ri-se baixinho. – Calma. Eu já te conto tudo. Queres encontrar a Joana ou não?
- Sim… é claro que quero! – Falou ela estava pouco convencida. – O senhor sabe onde ela está?
- Tenho o mapa! – Responde ele com ar glorioso mostrando o papel diante do olhar de Sofia.
- Como é que…
- Shhh… - O homem encostou o dedo aos lábios. – Fala baixo… - sussurrou ele sorrindo levemente. – Não queres que nos descubram, pois não? Já te disse que te conto tudo depois. - Estendeu-lhe a mão. – Anda.

sábado, 7 de julho de 2007

Capítulo 7 - Segunda Parte

Capítulo 7 – Won’t you come back tomorrow?
Segunda e Última Parte

- Isto vale uma pipa de massa! – Exclamou Ivone vagueando pelo pequeno estúdio.
- Ainda estou para perceber qual é a tua intenção.
- Olha-me só para este mostrengo... – diz Ivone sorridente pressionando nas teclas do piano.
O som agudo do instrumento ecoou por toda a sala e espalhou-se pelo corredor da entrada. António fechou a porta atrás de si.
- Quem é que é capaz de viver no meio desta balbúrdia? – Pergunta ele incrédulo caminhando pelo meio dos quadros.
- Isso vim eu cá saber! – Responde Ivone sentada diante da secretária completamente coberta de papéis e alguns envelopes fechados.
Decide pegar num. Devidamente fechado. Ao princípio mal conseguiu ler o que lá estava escrito e depois compreendeu porquê. Estava escrito em Inglês. Um Inglês correcto escrito numa caligrafia um pouco rabiscada de mais. Aliás, toda a papelada em cima da escrevaninha estava escrita à mão e em estrangeiro.
- O que é? – Pergunta António aparecendo por detrás de Ivone.
- Cartas, montes de cartas! Sem fim, olha só! – Ivone remexe no meio da desordem e pega num monte de envelopes fechados. – Estão todas por ler!
- Ou todas por enviar.
- Consegues decifrar? – Pergunta ela fazendo baloiçar o envelope diante dos olhos de António. – Está em Inglês.
- Querida, eu mal percebo a nossa língua, que fará a língua dos outros! – responde ele atirando a carta de novo para o monte.
- O que é isso? – Pergunta Ivone apontando para uma pequena caixinha que António segurava nas mãos.
- Ah... acho que é uma harmónica. – Responde ele abrindo-a.
O pequeno objecto metálico brilhava dentro da caixinha avermelhada, como uma pérola na sua concha. Era sem dúvida uma harmónica. Parecia novinha em folha. António voltou a fechá-la e pousou-a cuidadosamente em cima do piano.
Voltou-se para trás e não viu Ivone em parte alguma da sala. Deu mais meia volta e reparou numa porta entreaberta e avançou.
- Olha o que eu encontrei. – Diz ela.
Estava sentada na berma de uma cama num quarto bastante espaçoso. Havia uma manta repuxada para um fundo da cama e Ivone despejara a gaveta da mesinha de cabeceira para cima da colcha.
- Só sabes desarrumar!
- Olha.
Ivone entregou a António uma fotografia.
- Achas que é ele?
António olhou para o jovem da foto. – Parece-me que sim...
- Caramba, cada vez acho que o conheço de algum lado! Não sei... faz lembrar alguém!
- Olha, há aqui outra. – Diz ele pegando numa pequena figura a cores um pouco desbotadas. – Deve ser ele com o seu grupo de amigos, não te parece?

***
Larry caminhava ligeiramente à frente do grupo. Ia cabisbaixo e não tinha falado nada desde o pequeno percalço de à pouco. E não era só ele. Paul estava completamente a leste do assunto de conversa de Adam e Dave.
A manhã estava mais fresca que o normal. Havia começado o Outono à pouco e as aulas regressaram também na Mount Temple para a maioria dos jovens de Dublin. Mas não era por isso que os The Hype deixavam de tocar. Muito pelo contrário, a sua agenda estava mais sobrecarregada que nunca. Desde a última actuação que não deixaram de “chover” convites por parte de discotecas e bares da zona. Tinham bem a consciência que a sua fama era cada vez maior e o seu nome bastante divulgado pela cidade. Para quatro rapazes que cresceram nas entranhas de Dublin esse facto era electrizante e quase paralisante, mas muito animador saber estabeleciam um contacto muito forte com o seu público de cada vez que actuavam. Aliás, não eram apenas quatro... havia o Dick. O irmão de Dave que comparecera ao seu lado desde o primeiro dia. Bem, nem sempre estava presente, digamos antes assim. Apesar de ser o único no grupo que já não frequentava a escola tinha muito pouco tempo para a banda dado que a maior parte das vezes eram só os restantes quatro que faziam o trabalho de ensaio. Dick só se limitava a aparecer nas actuações com a sua guitarra e tocar juntamente com os outros. Por isso, toda aquela vivência de grupo e de trabalho de equipa era vivida com Paul, Larry, Adam e Dave. Larry chegou a perguntar-se muitas vezes se Dick fazia parte dos The Hype ou não, ou se era apenas um acompanhante e ajudante de audiências. Na verdade, a banda nem necessitava de outro guitarrista, Dave saía-se bastante bem.
O grupo subia a O’Connel Street um pouco calado, o que não era habitual. Normalmente era uma valente confusão quando se juntavam todos. Tinham sempre motivo de conversa e chacota e já para não falar nos assuntos dos The Hype que tinham em conjunto. Naquela manhã fria e húmida sentia-se uma atmosfera um pouco tensa no ar que os manteve um pouco distantes durante a curta viagem até ao cimo da avenida.
Paul apertou o casaco até cima e encolheu os ombros tiritando de frio quando acompanhou os amigos a atravessarem a rua. Aquela era a velha cidade de Dublin que ele bem conhecia. Juntou as mãos em forma de concha e respirou uma lufada de ar quente fazendo uma nuvem de fumo branco escapar-se-lhe por entre os dedos. Olhou para as árvores estáticas e despidas plantadas no meio da estrada e perguntou-se como iria estar a sua voz para o ensaio depois daquele momento tão resfriante. Uma porcaria, como já estava habituado!
Não muito longe dali, Joana aceitava o casaco da sua nova amiga passando-o pelos ombros. Ficava-lhe um pouco largo mas não fez caso.
- Onde estamos? – Pergunta ela levantando-se apoiada em Eve.
- Acordaste em plena O’Connel Street na manhã mais fria do ano com apenas um vestidinho de Verão no corpo! Eu tinha logo morrido de hipotermia! – Exclama Eve acendendo um cigarro por entre as mãos. – Detesto o frio. É por isso que moro na Irlanda, entendes?
- Não.
Evelyn MacBrennan queimou literalmente metade do cigarro com uma só passa. Olhou para Joana com desprezo por detrás dos olhos vermelhos e inchados. Libertou todo o fumo dos pulmões devagar que formou uma nuvem cinzenta sobre as duas cabeças.
- Como te chamas? – Perguntou Eve olhando para os pés quanto caminhava.
Joana não respondeu logo. Estava a tentar habituar-se à ideia que estava num lugar desconhecido. Podia ser uma questão de segundos, mas não. Não se lembrava de todo como se chamava.
- Não sei. Não me lembro...
Evelyn soltou um gritinho perverso fazendo os olhos brilharem de excitação. – A noite deve ter sido mesmo muito louca para nem sequer te lembrares do teu próprio nome!
- O quê?
Joana olhou incrédula para Eve que se ria descontroladamente.

Fim do Capítulo 7