sábado, 17 de março de 2007

Capítulo 3

And your earth moves beneath your own dream landscape.
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- Minha Nossa Senhora! – exclamou Joana admirada.
Aquela casa não era sem sombra de dúvidas uma casa velha e vulgar. Era um pouco mais do que isso, na verdade. Um paraíso aos olhos de admiradores de arte e uma boa razão para fazer inveja aos menos telentosos.
As frágeis e sábias paredes não chegavam para tantos quadros ali expostos. No chão iam-se amontoando mais pinturas, umas frescas, outras mais antigas, mas todas que faziam Joana parar para observar com atenção a beleza e autencidade das obras. No canto da ampla sala encontrava-se pousado um cavalete junto a uma pequena mesa com algumas ferramentas de pintura e mais telas por cobrir.
Aquele espaço já não tinha mais por onde lhe pegar. Estava completamente sobrecarregado e desorganizado. A secretária junto à porta da entrada encontrava-se repleta de papelada solta e desarrumada e de blocos de notas rabiscados. Mas o que chamou mais à atenção de Joana foi o lindo piano de cauda junto da pequena janela poeirenta. Tão brilhante e majestoso ocupava quase metade daquela sala de estar.
- Aposto que além de pintor foi um grande músico. – disse Joana passando a ponta dos dedos nas teclas pretas e brancas tão limpas e polidas que nem as pratas da raínha de Inglaterra.
O homem arrasta uma gargalhada sonora e aproxima-se do local. – Não, eu nunca fui lá muito bom músico. Mas gostava muito de ter sido.
- Nunca teve oportunidade de aprender? – pergunta Joana.
- Não, falta de talento mesmo! – responde ele a rir. – Digamos que não tenho queda para os acordes e as notas.
Joana achou estranho a sua reacção. Como é possível conseguir rir-se daquela maneira mesmo não tendo realizado o seu sonho por falta de capacidade? Certamente a pintura realizava-o por completo.
- Vamos lá despachar isto? - pergunta ele pegando no poster novamente.
Joana assentiu com a cabeça e seguiu-o até à sala ao lado.
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Carla já tinha tentado ligar-lhe para o telemóvel mil e uma vezes chegando depois à conclusão que a micro-geringonça da sua filha estava perdida no meio das almofadas do sofá. Como era possível que Joana não avisasse sequer que não ia almoçar a casa? Bom, o pior foi ter saído sem alguma explicação. Sem ter qualquer maneira de contactar com Joana, Carla ficou por servir o almoço para Sofia e esperar mais um pouco.
- Mãe, e se fosses à procura dela?
- Vamos esperar mais um pouco. Agora come. – disse ela espreitando pela janela mais uma vez.
- Acho estranho uma coisa... – diz Sofia. – porque é que ela levou o meu poster?
Carla olhou para a filha. – Que poster?
- Aquele que eu tinha na parede do meu guarda-fatos! O que compramos numa feira há uns meses atrás. – responde Sofia sem tocar na comida.
- Tens a certeza que ela o levou?
- Sim. Antes de saír de casa ele estava lá. Quando cheguei tinha sumido. – explicou Sofia.
- É estranho... – concluiu Carla – Vamos esperar que ela volte.
- E se ela não voltar?
- Come a massa, Sofia!

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Joana ficava cada vez mais surpreendida com aquele pequeno homem. Não existia canto algum naquela casa sem estar preenchido com algo de interessante e curioso para a rapariga. Aquela divisão era um pouco mais pequena e escura que a anterior mas igualmente agradável. No centro estava uma mesa comprida e larga sem cadeiras. O velho entra por uma porta ao fundo da sala e volta a saír com um monte de ferramentas e algumas tábuas já devidamente cortadas e trabalhadas, como se já tivesse tudo preparado para receber e ajudar Joana. Pousa tudo em cima da mesa e volta a entrar na arrecadação.
- Isso vai demorar muito? – pergunta Joana sentando-se no banco de rodar encostado à parede.
- Não muito. Tenho tudo em mente, não se preocupe. – Responde-lhe ele pousando mais outra tábua em cima da mesa.
- Tenho a certeza que depois disto ficarei a dever-lhe muito. - disse Joana.
- Não, menina, eu é que ficarei a dever-lhe muito mais pela companhia e alguma ocupação que me está a proporcionar neste momento. – retorquiu o homem olhando-a.
Joana ri-se. – Trate-me por Joana por favor.
O senhor sorri e no fundo daquela sala escura Joana viu seus olhos brilharem de novo. – Está bem, Joana.
A rapariga fica de novo aparvalhada. Estava à espera que ele fosse dar o seu nome também e em vez disso ficou com um sorriso patético nos lábios enquanto continuava os seus afaseres.
- Então o senhor já trabalhou numa loja de molduras? – perguntou Joana metendo conversa enquanto assistia ao homem a trabalhar no seu poster.
- Sim, mas não muito tempo. Foi quando eu era novo, precisava de algum dinheiro e aceitaram-me numa pequena loja de fazer arranjos em quadros e coisas assim. Mas nada de especial. Eu era um mero empregado mas deu-me alguma formação nestas coisas, e o que aprendi lá serviu para alguma coisa no futuro como pode ver.
- Parece que tem muitos anos de experiência! – observou Joana.
- É como lhe digo, ganhei mais habilidade recentemente com os meus próprios quadros do que quando trabalhava nessa loja. Eu era apenas um miúdo desajeitado e trapalhão que precisava de alguns trocos! – disse ele a rir-se. – Ao fim dum mês tive de procurar outra coisa para fazer. O dono daquilo morreu e como não tinha família o estabelecimento fechou. Ele era uma pessoa amável e muito inteligente, mesmo não tendo estudos nenhuns, e isso fascinava-me! Era a pessoa que quando eu não tinha ninguém com quem falar ou nada para fazer arranjava-me sempre ocupação ou desenvolviamos conversas de horas a fio quando não havia grande movimento na loja. Ensinou-me muitas coisas que mesmo agora eu as aplico no meu dia-a-dia e que também as usei na minha formação como pessoa.
- Foi uma pessoa influente para si? – pergunta Joana.
- Sem dúvida. – responde ele. – São estes pequenos acontecimentos, pessoas ou memórias que nos fazem pensar no verdadeiro rumo que tomamos na nossa vida. Olhamos para trás, para todo o trajecto de definimos, para tudo o que aconteceu e conseguimos ver as coisas de uma outra prespectiva, com outros olhos de ver. Passamos a compreender melhor o porquê, o como e na verdade chegamos a pensar o quão idiotas fomos em algumas situações! Bom, eu sei que isso faz parte do ciclo da vida de toda a gente, mas eu por exemplo demorei bastante tempo a resolver a confusão que ia na minha cabeça, a desembaraçar todos os novêlos de lã e pô-los no lugar, percebe? Acima de tudo uma pessoa tem de saber crescer emocionalmente, não só fisica e psicológicamente. Agora, bem, agora vejo como tudo era simples e fácil, mas na altura não havia mais espaço na minha cabeça para poder pensar assim.
- Então está a dizer que muita coisa no seu passado não devia ter acontecido?
- Não, Joana. Muita coisa no meu passado podia muito bem ter acontecido mas não conteceu. Arrependo-me de muito e não me orgulho de muito mais.
- Eu muitas vezes penso que a minha vida não está a tomar rumo nenhum. Passam sempre as mesmas coisas, as mesmas chatices e as poucas emoções que acontecem não chegam para definir a nossa personalidade. É como a TV, fartam-se de passar anúncios repetidos e a programação é sempre a mesma mas as pessoas não deixam de estarem coladas ao ecran à espera de algo interessante. É como se houvesse apenas um caminho por ir. Isso aborrece-me de morte, mas às vezes tenho medo de enfrentar o mundo. De descobrir aquilo que mais temo e depois não ter forças para ultrapassar os problemas e as dificuldades.
O homem sorriu. – Fico fascinado com a quantidade de coisas que cabem na cabeça de um jovem adolescente. Isso aconteceu comigo. E acredite que foi pior. Mas eu optei por achar todas as forças que eu tinha e que não tinha para poder tomar um rumo e ser feliz.
- Conseguiu?
- Com o tempo e muito esforço, consegui.

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Hoje vamos todos demostrar os pequenos irlandeses que há em nós? Porque hoje é dia de St. Patrick!! Onde há sempre mais um espaçozinho para festa, convívio e muita Guiness!!
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Happy St. Patrick Day to everyone!



terça-feira, 13 de março de 2007

Feliz Aniversário Adam!!


Olhem, quem é ele?!
- O melhor baixista do mundo!
- O famoso mais simpático e generoso para os seus fãs!
- Aquela pessoa que está sempre a rir-se das maluqueiras do Bono!
- Um homem charmoso e que acima de tudo acredita no amor verdadeiro!
- Aquele que no principio levou a ideia de formar uma banda mais a sério apesar de não saber tocar grande coisa!
- Aquele que ainda não é casado!
- O que é exibicionista!!
- Aquele que sempre foi muito fashion!
- Aquele homem que nos proporcionou das melhor musicas de sempre: "New years day"!
- E enfim, o Adam Clayton, aquele que hoje faz 47 aninhos e que é o baixista na melhor banda do muuundo!!!


Feliz Aniversário!!!

domingo, 11 de março de 2007

Capítulo 2

Sleight of hand and twist of fate
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O sol continuava a aquecer aquela manhã de Verão. As pessoas iam-se amontoando nas ruas originando o movimento rotineiro da grande cidade do Porto durante a hora de ponta. Por aquela altura do ano havia mais agitação. Turistas avistavam-se em todos o lado. Nas ruas, nas lojas mais típicas da cidade, nas esplanadas e principalmente à entrada dos monumentos históricos. Roupa fresca, chapéus de sol tapando os cabelos claros e mapas prontos a servirem-lhes. Lá iam passando as suas férias num país com certeza mais quente e agradável que o deles. Carla bem tinha pensado numas férias assim. Mas a crise que se fazia passar em Portugal chegava bem para todos, e era impossível para Carla realizar qualquer tipo de planos para aquelas férias. Mas pensando melhor, vendo aquelas pessoas todas encantadas com um monte de pedras sobrepostas com mais de 500 anos, afinal de contas, Portugal não era assim tão mau aos olhos dos turistas. Eles sim, são os mais indicados a apontarem aquilo que temos de melhor no nosso país.
- Vai trocar de roupa antes de almoçares – indicou Carla à filha que já se dirigia para o seu quarto.
Pousou as chaves na prateleira da entrada e meteu-se na sua cozinha pensando no almoço.
Sofia largou o saco da Natação no chão e abriu o guarda-fatos. Sentiu a falta de algo importante ali. Por momentos pensou que fosse alguma peça de roupa mas é então que repara na parede do guarda-fatos vazia.
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Já passava das 11 e meia. Joana já sentia alguma fome e não fazia a menor ideia de como voltar para casa. Ainda tinha aquele caso do poster em mãos. Não podia regressar sem tudo pronto. Ainda para mais aquele velho era muito estranho e não estava a ajudar em nada.
- Bom, senhor, eu tenho que ir embora. Já é tarde. – Disse Joana embaraçada estendendo-lhe a mão para receber o poster de novo.
- Venha comigo. Eu ajudo-a. – pediu o senhor agarrando-lhe levemente no braço. – Sabe, eu já trabalhei numa loja de molduras.
- E tem a certeza que me pode ajudar? – pergunta Joana desconfiada. A sua mão era quente e seca tocando na pele suada de Joana.
- Sim, em minha casa eu tenho tudo do que preciso para acabar esse trabalho. Basta vir comigo. – Informou ele. Mostrou um sorriso simpático e virou as costas seguindo caminho calmamente.
Joana ficou estática sem saber se havia de ir com ele ou voltar para casa sozinha sem o quadro para Sofia. Não fazia seu género acompanhar estranhos. A sua mãe sempre a educara assim e também não se fiava por questões de segurança óbvias. Estava prestes a virar costas e continuar pela direção contrária quando repara que não tinha o poster consigo. Mordeu o lábio nervosa e pensou para si o quanto podia arrepender-se daquilo que estava a fazer.
- Ei, espere! – chamou Joana correndo de novo ao encontro do homem. – Consegue acabar isso antes da uma hora?
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O sítio onde o senhor morava não ficava muito longe do largo. A sua singela casa situava-se nas águas-furtadas dum edifício muito velho, mesmo por cima de um suposto estabelecimento já há muito vazio e mal estimado, caído no esquecimento durante anos naquele beco escuro e solitário. Com certeza ignorado pelas pessoas influenciadas pelos grandes centros comerciais recentemente construidos na cidade do Porto. Esse facto fez Joana pensar na tristeza daquele pequeno senhor em morar ali sozinho. Depois de viver a sua juventude, repleta de pessoas e vivacidade dá de caras com a velhice, repleta de tristeza, solidão e muita fragilidade e sem ninguém para o amparar e dar carinho como certamente deve ter feito a muita gente quando pôde. Como ele, haviam muitos outros esquecidos e perdidos no seu próprio mundo. Mundo que ninguém percebe e valoriza até mais tarde o alcançar.
Joana seguiu-o até à porta de entrada. Não estava trancada, apenas encostada. Com um leve empurrão de ombro ela abriu-se e deu passagem aos dois. Havia um corredor comprido seguindo-se de uma escadaria em cimento. As paredes estavam todas grafitadas com palavrôes e algumas mensagens embora quase disfarçados com a humidade que se fez sentir no Inverno passado. Joana calculou o quanto devia ser gelado aquele edifício em época fria.
O corrimão de madeira estava visivelmente sujo e lascado com o passar dos anos e nos degraus amontoava-se o lixo típico das ruas do Porto, papéis, plásticos, restos de comida, folhetos publicitários rasgados e algumas penas de pombas que teimam voar por toda a parte.
- Não se preocupe, a minha casa é asseada. – informou o velho divertido, olhando a expressão de Joana vislumbrando aquele cenário óbscuro. – Por mais que eu mantenha isto limpo há sempre aqueles malditos miúdos que entram e destroem tudo!
- Não tem medo de morar aqui? Isto não tem segurança nenhuma! – perguntou Joana admirada.
- Não, ninguém se ia interessar certamente por meia dúzia de velharias! – disse o homem sarcasticamente.
Chegaram à porta onde o senhor morava. Sacou uma chave do bolso e fê-la rodar facilmente na fechadura. A porta rangeu e abriu-se deixando saír alguns raios de luz vindos da pequena janela ao fundo da sala.
Joana ficou estáctica à entrada olhando para o ímpossível. Os seus olhos arregalaram-se enquanto olhava em sua volta. Não conseguia acreditar no que via.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Poster de Sofia

As Fan Fiction têm as suas vantagens!


U2 - Primeira secção fotográfica (1978)

quarta-feira, 7 de março de 2007

Capítulo 1

Treasure, just to look upon it

No dia seguinte de manhã
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- Anda rápido Sofia!! Vais chegar atrasada à aula de Natação! – Chamou Carla com as coisas preparadas à porta.
Joana arrasta-se para o seu quarto e fecha a porta. Coitada da Sofia. – pensa ela. Joana bem sabe como é doloroso ser-se fã daquela maneira tão apaixonante. Já sentiu na pele tal coisa e sabe muito bem o que era mau quando as pessoas a criticavam e chamam-na paranóica. Inclusivé o seu grupo de amigos que naquela altura estava interessado noutro género de música. Mas no fundo não percebem o que é amor à música e muito menos amor aos U2.
Joana toma um duche e veste uma roupa prática e fresca. Os meteriologistas previam um dia com temperaturas elevadas. Perfeito para um passeio pelo parque. Mas antes disso Joana queria tratar dum assunto. Decidiu preparar uma surpresa a Sofia.
Dirijiu-se ao quarto da irmã e foi directa ao guarda-fatos. Abriu-o e descolou com cuidado o poster que Sofia guardava com tanto carinho. Joana pretendia encaixilhá-lo para Sofia o poder ter pendurado na parede. Era uma verdadeira prova de amor à irmã e aos U2 também. Saíu do quarto deixando tudo exactamente como estava com o grande poster enrolado debaixo do braço.
Poster de Sofia Aquela era a imagem preferida de Sofia. Pretencia de facto à primeira secção fotográfica que U2 tinha realizado quando eles ainda eram meros aprendizes de música. Caras de inocentes e completamente ignorantes no que diz respeito ao mundo da música mas com uma enorme vontade de extasiar o mundo, e isso fez-se notar uns anos mais tarde.
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O dia estava mesmo quente para aquela hora tão cedo. Quem devia estar realmente bem era Sofia, a chapinhar na piscina. Joana saiu de casa e fora obrigada a colocar os óculos de sol para poder percorrer as ruas do grande Porto à vontade. Àquela hora da manhã estava aquele calor, Joana nem queria imaginar a parte da tarde!
Joana, Carla e Sofia mudaram-se para a cidade do Porto muito recentemente. Tinham morado até à data em Vila Nova de Gaia, que fica nos arredores da grande cidade do norte de Portugal. Carla tinha conseguido um novo trabalho e assim facilitava-lhe muito mais a deslocação para o emprego todos os dias. Sendo assim, Joana mal conhecia aqueles sítios. Sabia ir para a escola e para casa de alguns familiares e amigos, mas por vezes a deslocação por aquelas ruelas, avenidas e cruzamentos revelava-se um tanto difícil para ela.
- Para se encaixilhar esta coisa é preciso ir a uma loja de molduras, julgo eu! – pensou para si mesma atravessando a passadeira – Ora, onde fica isso?
Caminhou durante um quarto de hora. Tentando lembrar-se para onde tinha de ir. Andou sempre sem nenhum destino. Olhou em sua volta e começou a ficar um pouco assustada. Não fazia a menor ideia de onde estava. Parou. Olhou mais uma vez à sua volta. Decide virar na viela à direita. Sem saída. Continou seguindo caminho tentando avistar alguma pessoa por perto. Não estava com vontade nenhuma em bater à porta de alguém. Ainda para mais aquele bairro tinha muito mau aspecto. Decide voltar para trás.
Bom, ali estava Joana. No meio do desconhecido. As escolhas por onde podia ir eram muitas. Vielas, becos sem saída e ruas suspeitas era o que não faltava ali.
- Ora bolas! – Exclamou Joana. – Como é que eu vim cá parar?
Um vulto avista-se ao fundo do largo onde Joana se encontrava. Vinha na direcção dela. O ritmo do seu coração aumentou quando o homem se dirigia a ela. Aproximou-se mais e sorriu nervosa.
O senhor aparentava ter por volta de 65 ou 70 anos. Cabelos completamente brancos e o passar dos anos contavam-se nos seus olhos e pele facial. Olhar humilde e sorridente fez Joana suspirar de alívio.
- Boa tarde senhor. Gostaria de saber para onde me tenho que dirigir para poder encontrar uma loja de molduras. Sabe indicar-me? – pediu Joana educadamente.
- Menina, não tenho conhecimento de nada aqui perto. Mas, sei de um sítio que a pode ajudar a encontrar o que procura. – começou o homem.
Parou diante de Joana. Muito perto para a rapariga conseguir reparar no azul intenso dos seus olhos. Faziam-lhe lembrar o oceano, imenso num tom apenas. Mas algo de familiar naquele velho inquietava Joana. Equanto ele lhe indicava o caminho, para ela, fazia-lhe recordar alguém, ou algo... Um certo atrevimento cintilava no seu olhar a cada momento que encontrava os olhos de Joana. Parecia não estar propiamente concentrado na conversa mas sim no contacto visual. Não era nem um tanto desconfortável para ela. Agradava-lhe imenso.
- Hum... obrigada. – Agradeceu Joana. Estava a suar e a voz saiu-lhe quase como um sussurro. – Penso que agora já sei para onde me dirigir.
O homem sorri. Parecia estranhamente ausente. Não olhava directamente para ela agora. Seus olhos concentravam-se no nada e seu sorriso era apenas um esgar. Joana aparvalhada esperava qualquer resposta dele. Não queria desaparecer apenas sem uma simples resposta.
- Sem me querer intrometer nos seus assuntos, menina... – Disse-lhe o senhor. – Para que é que precisa da loja das molduras?
- Hã... Eu queria emoldurar isto. – respondeu a rapariga desenrolando o poster diante do desconhecido.
O homem esboça um sorriso e pega no poster de Joana com cuidado. Sentiu a textura do papel em seus dedos enrugados mas sensíveis ao toque.
- É um bom papel. Merece mesmo ser emoldurado, está em óptimo estado. Aposto que ficaria muito bem na parede do seu quarto. – Falou ele mostrando o sorriso mais malicioso e provocante que Joana alguma vez viu ao perto.
A moça corou.
- Não senhor, é para oferecer à minha irmã. – respondeu ela o mais natural possível.
- Eu posso dar um trato nisto. – disse-lhe ele.
- Como assim? – pergunta ela sem perceber.
- Eu acho que consigo fazer o que a menina deseja pelas minhas próprias mãos. – Responde o velho observando atentamente a imagem do grupo.
Ficou ausente uma vez mais. Joana olhava para a expressão dele. Os seus olhos azuis brilhavam enquanto miravam a imagem de Edge, Larry, Adam e Bono sorrindo para a imagem. Não propriamente a sorrir expressamente, mas sim a sorrir vitoriosos com aquele enorme feito que era a primeira secção fotográfica. Por detrás da foto a preto e branco, Joana jura conseguir ver o brilho de satisfação no olhar deles os quatro. Exactamente, da forma como aquele sujeito parecia determinado a captar toda a emoção daquele poster antigo.
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*Primeiro novo visual do blog*
Mil obrigadas à Carol e à Christiane! Vocês são do melhor, gente!!

domingo, 4 de março de 2007

Bom Dia!!! (isto agora é postagens a torto e a direito!!)

Bom, isto tudo para deixar claro uma coisa! Christiane, amei a sua montagem para o template e especialmente a sua dedicação! Muito obrigada!

Paulo, fico à espera da tua! Obrigada, pelo tempo gasto ontem, mesmo sabendo que não estava a ficar muito bom! Agora que conseguiste ultrapassar as difuculdades, acho que vai ser muito difícil de escolher no final...

MirrorBall, a nossa moderadora, querida, obrigadissima pela sua atenção! Quando ainda ninguém se tinha oferecido para ajudar, você foi lá, e mesmo com o trabalho todo que o fórum requer, você tentou ajudar! Fico-lhe muito grata por isso!

É isso...
Txau! ; )

sábado, 3 de março de 2007

Introdução

Inocência

Introdução – If I could, I would
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Sexta-feira, 22 de Junho de 2006
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- Finalmente vou ter descanso!
Joana tinha acabado de entrar em férias. Estava feliz e aliviada pelos três meses livres que teria pela frente. Descanso, mais tempo para os amigos e alguma praia eram os seus planos para umas férias simples e calmas que tencionava ter sem pensar mais em estudos e assuntos do liceu.
Vivia com a mãe e a irmã mais nova. Isso implicava não ter direito a umas merecidas férias luxosas em algum lugar exótico do planeta, uma vez que naquela casa havia apenas uma pessoa sustentando as restantes. Mas isso não lhe importava muito. Sabia que a sua mãe se matava a trabalhar para assegurar boa vida às suas únicas filhas e Joana ficara-lhe muito grata pelo seu esforço, já que Sofia era ainda muito nova para poder entender.
- Olha, que tal o Sul de França? Estive a ver na Net alguns lugares muito bons para passar férias! – disse Sofia correndo ao encontro da irmã que acabara de chegar a casa da escola.
- Sofia, a mãe já falou connosco sobre isso! Enquanto não acabarmos de pagar a prestação da casa não podemos esbanjar dinheiro dessa forma! – repetiu Joana uma vez mais, saturada da teimosia da irmã.
Sofia estava com 13 anos, três anos mais nova que Joana. Eram filhas de pais diferentes. Carla, sua mãe, teve a sua primeira filha muito jovem. Casou, logo depois de Joana nascer, com o pai de Sofia, vindo a ficar viúva mais tarde com a morte repentina do marido. Preencheu o grande vazio daquela morte com a as duas filhas que adorava.
- Mas França nem fica muito longe daqui! Podiamos até viajar de carro para ficar mais barato... – insistiu Sofia seguindo a irmã até ao quarto.
- Sofia, eu seu muito bem o teu interesse pelo Sul de França. E fica a saber de uma coisa, nem eu nem a mãe estamos interessadas em passar as nossas férias perseguindo alguém que tu estás doida em conhecer!
Joana tinha tocado exactamente no ponto fraco de Sofia.
- Não digas disparates!! Eu tenho apenas mera curiosidade em conhecer o Sul de França! – Desculpou-se ela.
- Não vais negar que esse tal cantor com voz de bagaço que tu adoras está por acaso a passar férias no Sul de França. – troçou Joana rindo-se.
- Ele não tem voz de bagaço, Joana!! – Exclamou Sofia um tanto furiosa com a irmã. Ela detestava que Joana fizesse troça do seu ídolo mais que tudo!
- Tem sim!
- Não! – Gritou Sofia. Foi a correr para o seu quarto e meteu a música nas alturas.
Sofia tinha um ídolo. Bom os seus únicos ídolos eram 4, mas tinha um mais especial. Naquela casa, num momento de silêncio ela lá punha a tocar música que todos acidentalmente sabiam decor. Joana não desgostava da banda, muito pelo contrário, já tinha sido a sua preferida. Mas desde que Sofia se interessou também por ela, Joana perdeu o interesse e a grande paixão que já tinha sentido. Podia rocordar agora os bons momentos que passara a ouvir U2 quando eles já tinham sido parte de si também.
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Carla chegou a casa por volta das 10 horas da noite. Ela trabalhava num escritório de finanças e por vezes tinha que fazer horas extras. Sofia estava no quarto e continuava a ouvir música e a cantar. Joana encontrava-se na sala de estar a ver TV.
- Boa noite querida – saudou Carla beijando a filha mais velha. – O que é que vocês jantaram?
- Massa esparguete à Bolonhesa. – Responde Joana.
- A Sofia comeu tudo?
- Sim. Ela adora esse prato! – Respondeu. – Ela voltou a tocar no assunto das férias.
- Ainda está com a ideias de ir para a Irlanda? – Questiona Carla enconstando-se no sofá.
- Não. Agora quer ir para o Sul de França.
Carla ri-se. – O Bono tem lá uma casa, não é?
- Sim. – Respondeu Joana sorrindo. – E é esse o repentino interesse dela em ir para o sul de França.
Carla abraça a filha e beija-a uma vez mais.
- Prometo-vos que para o ano conseguimos uma coisa melhor por esta altura. – disse-lhe Carla.
- Não precisas de prometer nada. Eu sei que se tu pudesses tu fazias, por nós.

Algumas considerações...

Olá a todos os que estiverem a ler este post! (se é que haja alguém por estas bandas)
Decidi criar um blog para poder alargar horizontes à minha fan fiction. É verdade, uma fan fiction! Sobre quê e para quê, perguntam vocês. Sobre os U2 e para partilhar os meus sentimentos e pensamentos acerca do meu fanatismo, se é que se pode chamar a isso.
Bom, passando ao que interessa. Se gostas da banda dos U2, fica! Fica e vais ver que vale a pena ler o que tenho a escrever. Se não curtes a banda, fica na mesma! Não deixa de ser uma bonita história que merece ser lida! Se não gostas de ler, ó menos fica para ver imagens, ouvir música e outras coisas mais que eu vou postando para não ser tão monótono.
Enfim, quero dedicar esse post aos agradecimentos, na verdade.
- Em primeiro lugar agradeço ao meu melhor amigo, Flávio. Querido, deste-me apoio para continuar a escrever. Não vejo pessoa mais indicada para mostrar os meus rascunhos e ideias! E também foi ele que me ajudou a criar a conta no blogger. Obrigadinha por tudo! Vê lá se visitas o meu blog como eu faço com o teu! (ou não assim tanto!)
- De seguida, ao Paulo. Obrigada por me aturares num momento de desespero por não ter template de jeito para editar! Por tentares fazer alguma coisa de jeito para embelezar isto! Não é que os templates opcionais sejam muito maus, mas este tipo de coisa exigia um ambiente melhorzinho, né? Bom, gostava imenso de ter um template feito por ti! ;)
- Depois, à galera toda da UV! Gente, eu amo-vos!!! Obrigada pelo apoio! E por todos os bons momentos lá no fórum! Encontrar-vos foi das melhores coisas que me aconteceram ultimamente! Nunca vos esquecerei!!
- À Juliana. Indirectamente você incentivou-me a escrever a minha história! Muitos obrigados e tudo de bono pra vc, Ju! Continue escrevendo a sua historinha!!
- Agora é altura da minha melhor amiga!! Joana, obrigadinha!! Foi ela que teve algumas ideias para a história e ouviu os meus planos! Obrigada linda! O nome escolhido para a personagem principal foi pensado também nela! Decidi prestar uma pequena homenagem acima de tudo!
- Caramba, já me esquecia dos agradecimentos ao meu amigo de Braga... Ruben, obrigada pelos erros que encontraste pelos textos fora, se não fosses tu mais ninguém os descobria(loooool)!! E obrigada pela paciência toda! Prometo que o desfecho vai compensar!
Obrigada, Obrigada, Obrigada a todos!